Cá estou, novamente, sentindo-me estranhamente vazia e, até certo ponto, infeliz. O motivo de minha infelicidade? Escapa-me como água que tento pegar com as mãos. Não sei. Tampouco procuro saber. É mais uma insatisfação. Melhor!, um cansaço. Isso. Estou cansada.
O que envolve alguém com quem me importo acaba por envolver-me também, de fato.
Li agora que a autora de uma Graphic Novel que acabei de ler – e de fato apreciei imensamente – disse que escreveu e publicou sua própria história porque esperava com isso ser capaz de curar as mazelas de sua família, uni-la.
É preciso coragem, imagino.
Enquanto leio o que ela lamenta, penso ao mesmo tempo que eu não teria coragem de colocar no papel, com nanquim e aquarela, os eventos da minha não-muito-longa-vida até então.
Estou insatisfeita. Insatisfeita com algo indefinível e ao mesmo tempo bastante compreensível – por mim. Não espero que compreenda. Sequer me darei ao trabalho de compartilhar. A minha insatisfação é com tudo; e com nada.
Como é que ela consegue se expor daquela maneira – e aliás não apenas ela, mas muitos outros autores – em uma obra que será lida por muita gente, muita gente que saberá o que aconteceu. Inclusive a própria família.
Sabe do que preciso?
De papel. Papel e nanquim.
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